Não é um registro por ser algo que mereça certa promoção, mas por ter nascido de uma proposta absurdamente tentadora.
É uma semana, são sete dias, 168 horas, 10.080 minutos, 604.800 segundos e inumeráveis suspiros de agonias e arrependimentos por concordar com algo tão comprometedor, tão “probatore”. Sim, mas a minha alma de humano, que só sabe ser em condições de extrema urgência e provação, aceitou como um desafio a ser encarado de forma feliz e observadora.
Não há dinheiro, sexo ou qualquer tipo de lucro envolvido nessa deliciosa, no sentido de provação; e torturosa, no sentido de aceitação; brincadeira. Há o claro orgulho de mostrar a força de alguém que pode, mas não quer... Só quer provar mesmo.
Enfim, a proposta consiste em esquecer, durante o período tal acima, marcas, maços, vontades, rotinas e hábitos, tragos. Oh! Traga-me com tal gosto que me faça esquecer infernos que enfrento para chegar a ser algo, alguém, algum, Ogum, porque preciso ser de ferro, preciso ser impetuosa comigo, pois há um repentino e doce interesse de me observar sem essa tentação. Prestar atenção no que ando sendo ultimamente, uma prestação de contas a mim mesma.
A abstinência cheira a entrada do metrô à virada de dia, quando fede a pomba morta e mendigo cagado dormindo no papelão. Sei lá por que... Mas sei que tudo tem um cheiro, por mais que não o sintamos com as narinas, o cheiro passa a ser imaginável.
Eu, acreditando no taco que carrego em minhas costas, aposto em mim mesma como forte jogadora nesse combate, que se valesse um tostão me deixaria rica, tão rasa anda minha pobreza. Mas ouvi de certo Leão descrenças de minhas capacidades. Mais força me deste, saiba. Sou capaz de qualquer coisa para me provar, sentir meu gosto, me gostar. Ah, não tenha dúvidas de que ninguém me acaricia tão bem quanto minhas mãos e da mesma forma, ninguém me afoga com tanta convicção como elas próprias.
Pois que venha esse desafio de espinhos e que no final me traga um buquê de rosas pelo sucesso e concretização da proposta indecente, porém sensual, deliciosa. Assim como o vinho, “ilegais” e uma deliciosa química de corpos que tenho experimentado comigo e com migo. Caso eu esteja apostando demais em mim terei honestidade em dizer: “Estou, mas não sou, viciada!”.
tênue, como um pé na beira da piscina. nada de abismos por hoje.
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ResponderExcluirPerderíamos as melhores disputas se não soubessemos *nos auto-avaliar, deixaríamos esse espírito esportista adentrar e nos desenhar de pura submissão.
ResponderExcluirUm aleluia à inconciência!
Um não, dois!
melífluo preta.
* pensei tanto "nos auto-avaliar" que já não sei se está correto.
entende?
carregas uma pouco de mim, pois meu peso é demais...quando pssar perto de um boeiro joga-me pois não federei menos que a merda...
ResponderExcluirCarol: Acho auto avaliar uma palavra pesada... Prefiro a palavra e o sentido de "observar-se".
ResponderExcluirno meu modo seria uma avaliação si mesmo.
ResponderExcluirpuxado mesmo pro sentido de correção.
Fiz de suas palavras a minha reflexão.
olha, tô até fazendo rima.
linda.