terça-feira, 18 de setembro de 2007

Atrasada chegou no ponto cheio de gente, crente que seu ônibus logo chegaria. Dez minutos, vinte... E um rapaz. Olhou disfarçadamente e se interessou, ele também a olhava e o interesse parecia ser mútuo. Trinta minutos... Motos e carros desciam ladeira abaixo na correria do dia-a-dia, na pressa de chegar em algum lugar que, certamente, não interessaria a nenhum dos dois seres naquele ponto.
Ela olhou novamente e a vontade que lhe passou por um momento foi de correr até ele e dizer que o tinha esperado a vida toda e que sabia que ele era o seu tempero, o seu complemento, mas isso foi apenas o momento, porque depois pensou que ele poderia pensar que ela não "pensava" muito bem da cabeça. Poxa...
Maaaas num lugar não muito distante dali, na verdade, naquele mesmo ponto, ele pensava a mesma coisa.
E ficaram assim, olhavam-se de vez em quando, se encaravam, disfarçavam, só não enganavam sua mente e seu coração, ambos sabiam o que aconteceria dali alguns dias, se não sabiam pelo menos torciam para que acontecesse. E então a rua ficou deserta, motos policiais desciam vagarosamente pela rua que agora estava tomada de limousines e carros de polícia, ela seguiu com os olhos o acontecimento, porém nem se deu conta do que acontecia na verdade. Ele apostava que todos dali seguiriam o carro com o olhar, e então ele aproveitaria para olhá-la nos olhos e dar aquele "golpe fatal". E foi exatamente assim que aconteceu. Foi aquele tipo de troca de olhares que arrepia por dentro, que mexe com o estômago, que deixa a boca seca e os pés sem rumo. E no horizonte...
No horizonte o "Imirim" apareceu. Ela pegaria aquele ônibus se fosse para casa, mas excepcionalmente aquele dia seu itinerário era outro, rumo a outra vida, outra pessoa, um personagem. Porém, o rapaz no ônibus subiu e ela sem conter sua vontade de sorrir, sorriu. Ele a observava como se tivesse encontrado ali naqueles olhos, naquele corpo, toda a perfeição de alguém que ele queria estar ao lado o resto da vida. Ela sentia que era observada. E o ônibus deu partida e seu "breve" amor sumia nas ruas do centro rumo ao seu rumo, que excepcionalmente naquele dia não era o mesmo que o dele.
Quando deu por si naquele ponto, percebeu que seu ônibus não passava ali, mas na rua de cima, bendito dia que resolveu esquecer das coisas.

2 comentários:

  1. Oi moça!
    vi seu profile lá na comunidade do orkut "Sua ironia me deprime", eu sou a Gisele.
    E vi esse seu blog e resolvi, dar uma olhada...simplesmente adorei seu texto, bonito mesmo sua maneira de escrever, me emocionei... de verdade.Simples e intenso.

    Gostaria de saber se posso te linkar lá no meu blog? :)
    Bjs!!!

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  2. Eu acho que ja escutei isto pessoalmente...eita nóis viu!!!

    Hihihihi

    Bjãos adorei!!

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Ah, o doce gosto de sempre podermos opinar!