Atrasada chegou no ponto cheio de gente, crente que seu ônibus logo chegaria. Dez minutos, vinte... E um rapaz. Olhou disfarçadamente e se interessou, ele também a olhava e o interesse parecia ser mútuo. Trinta minutos... Motos e carros desciam ladeira abaixo na correria do dia-a-dia, na pressa de chegar em algum lugar que, certamente, não interessaria a nenhum dos dois seres naquele ponto.
Ela olhou novamente e a vontade que lhe passou por um momento foi de correr até ele e dizer que o tinha esperado a vida toda e que sabia que ele era o seu tempero, o seu complemento, mas isso foi apenas o momento, porque depois pensou que ele poderia pensar que ela não "pensava" muito bem da cabeça. Poxa...
Maaaas num lugar não muito distante dali, na verdade, naquele mesmo ponto, ele pensava a mesma coisa.
E ficaram assim, olhavam-se de vez em quando, se encaravam, disfarçavam, só não enganavam sua mente e seu coração, ambos sabiam o que aconteceria dali alguns dias, se não sabiam pelo menos torciam para que acontecesse. E então a rua ficou deserta, motos policiais desciam vagarosamente pela rua que agora estava tomada de limousines e carros de polícia, ela seguiu com os olhos o acontecimento, porém nem se deu conta do que acontecia na verdade. Ele apostava que todos dali seguiriam o carro com o olhar, e então ele aproveitaria para olhá-la nos olhos e dar aquele "golpe fatal". E foi exatamente assim que aconteceu. Foi aquele tipo de troca de olhares que arrepia por dentro, que mexe com o estômago, que deixa a boca seca e os pés sem rumo. E no horizonte...
No horizonte o "Imirim" apareceu. Ela pegaria aquele ônibus se fosse para casa, mas excepcionalmente aquele dia seu itinerário era outro, rumo a outra vida, outra pessoa, um personagem. Porém, o rapaz no ônibus subiu e ela sem conter sua vontade de sorrir, sorriu. Ele a observava como se tivesse encontrado ali naqueles olhos, naquele corpo, toda a perfeição de alguém que ele queria estar ao lado o resto da vida. Ela sentia que era observada. E o ônibus deu partida e seu "breve" amor sumia nas ruas do centro rumo ao seu rumo, que excepcionalmente naquele dia não era o mesmo que o dele.
Quando deu por si naquele ponto, percebeu que seu ônibus não passava ali, mas na rua de cima, bendito dia que resolveu esquecer das coisas.
Oi moça!
ResponderExcluirvi seu profile lá na comunidade do orkut "Sua ironia me deprime", eu sou a Gisele.
E vi esse seu blog e resolvi, dar uma olhada...simplesmente adorei seu texto, bonito mesmo sua maneira de escrever, me emocionei... de verdade.Simples e intenso.
Gostaria de saber se posso te linkar lá no meu blog? :)
Bjs!!!
Eu acho que ja escutei isto pessoalmente...eita nóis viu!!!
ResponderExcluirHihihihi
Bjãos adorei!!