Um resumo de uma semana que acordou até o sacro.
Começo segunda.
Chego. Sento. Olho. Uma coluna desenhada no papel. Observo.
Deita. Sento. Os dedos em forma de pinça vão buscando cada ossinho dessa coisa gigantesca que se chama "coluna". Silencio.
Aperto. Dou passagem com meu dedo entre os músculos para encontrar o Osso. Achei. Observo.
As vertebras não acabam mais, as cervicais, as torácicas e as lombares, fora o cox e o sacro. Silencio.
Meus dedos doem, minha mão formiga. Mas meu corpo e meu instinto acordam. Acordo!
Minha vez. Deito. Senta. Aqueles dedos em forma de pinça que caçam meu ossinho tão pobre e inocente que até se esconde por trás dos músculos. Achou. Ai! Silencio.
Olha o diafragma aqui, ó. É um guarda-chuva dentro da minha cintura escapular. Até de respirar me dói.
Já acordada hora de acordar alguns acordos antes já adormecidos.
Começo terça.
Deito e sinto uma presença nova, seja bem vindo Mestre!
Rolamento sem tirar pés e mãos do chão, rolamento de bicho. Bicho, a cobra.
Foi um se arrasta, um se amontoa que até as cobras ficaram com inveja de serem imitadas.
Dor!
Dor no joelho, no osso da buchecha, na crista ilíaca, no peito do pé. Meu Deus, chega de chão.
E agora a mais nova técnica hoje em dia super utilizada em trens, metros e coletivos lotados. Você se sente
irritado quando quer sair e as pessoas não dão passagem? Quando alguém esmaga sua cara no cotovelo? Ou quando encostam o suvaco no seu ombro??? Então faça valer a única saída que não se utiliza da grosseria, dos berros ou xingamentos, sai por baixo. Escorregue pelos corpos suados dos operários depois de um dia de trabalho embaixo daquele sol, sem um desdodorante, e por baixo de suas pernas encontre as aberturas necessárias (sem ser percebido) para se livrar daquele labirinto muvucoso.
irritado quando quer sair e as pessoas não dão passagem? Quando alguém esmaga sua cara no cotovelo? Ou quando encostam o suvaco no seu ombro??? Então faça valer a única saída que não se utiliza da grosseria, dos berros ou xingamentos, sai por baixo. Escorregue pelos corpos suados dos operários depois de um dia de trabalho embaixo daquele sol, sem um desdodorante, e por baixo de suas pernas encontre as aberturas necessárias (sem ser percebido) para se livrar daquele labirinto muvucoso.
Silêncio!
Mais chão. Giros de 360º senta, deita. Gira a perna, troca o braço, desliza. Põe a meia porque chega a sangrar, que loucura.
Começo quarta.
Mais vértebras.
Leitura com olho no olho. Não há segredos.
O segredo na verdade é: CUIDA DO SEU E DEIXA QUE OS OUTROS SE VIREM. Que mania de querer ser mãe de todos.
O cara estava sem par, (detalhe que eu já tinha o meu, era só fixar o olho nele) mas daí fui procurar um par para o cara sozinho e deixei meu par sozinho. Ferrei nosso jogo, elaiá!
Começo quinta.
Músicas no rádio. Ute Lemper. Cabaré, sarjeta, vermelho, sangue, Sweeney Todd, Moulin Rouge... Milheres de referências. Ritmo.
Músicas do ano passado. Qual é a sua? A minha!! A minha foi. Cantamos. Cantemos.
Semana que vir: instrumentos, baquetas.
Começo sexta...
... Mordendo a língua. A mulher arrasa. Perde o amigo, mas não perde a piada, opa que é das minhas.
Um homem é um homem. Mas o que é um homem? Se o teatro reflete o homem, que homem refletimos?
Que homes Sófocles refletiu quando escreveu Édipo? Ou Brecht quando escreveu Um homem é um homem? Ou Marcos Caruso quando escreveu Trair e coçar é só começar?
Será que a sociedade dita esse homem ou o homem dita uma sociedade?
Se em Édipo o princípio era o verbo, o que é hoje?
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